quinta-feira, 12 de março de 2015

Dados da ONU demonstram o Uso Abusivo de Metilfenidato.


Há tempos temos presenciado o aumento no consumo de metilfenidato, popularmente conhecido pelo nome comercial de RITALINA, porém as estatísticas que comprovassem esta evidência ainda eram escassas.

Em 5 de março de 2015, o Comitê Internacional de Controle de Narcótico das Nações Unidas publicou o relatório descrevendo o consumo deste fármaco nas últimas décadas.  Os dados podem ser observados na figura abaixo:




Os dados acima podem ser correlacionados a motivos como, 1) o aumento no número de diagnósticos; 2) o fato de inicialmente apenas crianças entre 7 e 13 anos utilizarem o medicamento e hoje há casos de crianças com 2 anos de idade sendo tratadas com o fármaco; 3) o crescente uso em adultos como forma de aprimorar o aprendizado; 4) a influência da publicidade patrocinada pelas indústrias farmacêuticas.

Os números são impressionantes e trazem a seguinte pergunta: qual a repercussão em longo prazo para a neuroquímica destas crianças criadas sob efeito do metilfenidato?  Claro que poderíamos argumentar que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade não tratado também tem consequências sérias. Porém sabemos que a maturação neuronal é intensa até o inicio da adolescência, assim nos próximos anos estudos observacionais nos ajudarão a entender as consequências deste uso indiscriminado.

Em curto prazo, os efeitos adversos do uso de metilfenidato passam pela insônia, irritação e a bem conhecida dependência. Assim, números como os mostrados acima pedem bom senso, tanto para aqueles que prescrevem estes fármacos quanto para aqueles pacientes que olham para o metilfenidato como a pílula mágica do aprendizado fácil. 

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