quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Quantas horas de sono necessitamos?


Dormir é tão importante para o ser humano quanto comer ou praticar exercícios físicos. Engana-se aquele que acha que o sono serve apenas para descansar o corpo. Enquanto dormimos realizamos intensa atividade metabólica e consolidamos o aprendizado, por exemplo.


Porém, uma questão constante é: quantas horas de sono são necessárias para cada indivíduo?  Para responder esta pergunta, um grupo de especialistas foi convidado pela Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos para revisar a literatura.  Os dados do trabalho foram publicados na última edição da revista Sleep Health e podem ser observados na tabela abaixo. 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Medicamentos e risco de demência em idosos.


Embora os distúrbios cognitivos estejam relacionados à doenças associadas ao envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, uma série de outros fatores podem exacerbar estes sintomas. Recentemente, alguns pesquisadores sugeriram a ligação entre o uso de medicamentos anticolinérgicos e o aumento do risco de demência em pacientes idosos.

Os fármacos anticolinérgicos são utilizados para o tratamento da incontinência urinária, como anti-espasmódicos no trato gastrointestinal  ou ainda, na tentativa de amenizar sinais do Parkinsonismo. Além disso, é importante lembrar que antidepressivos tricíclicos, anti-histamínicos e alguns antipsicóticos também tem afinidade pelos receptores colinérgicos muscarínicos.

Na edição de 26 de janeiro de 2015 do JAMA Internal Medicine, Gray e colaboradores mostraram que idosos utilizando medicamentos com atividade anticolinérgica para o tratamento da  depressão, alergias ou incontinência urinária tinham maior risco de desenvolver demência do que aqueles que não o fizeram. Os pesquisadores avaliaram 3.434 pacientes com mais de 65 anos durante 10 anos.  Ao final do trabalho observaram que 23% dos pacientes apresentaram sinais de demência, destes, cerca de 79,9% possivelmente tinham a Doença de Alzheimer.  Os riscos foram estatisticamente mais significativos naqueles pacientes que utilizaram fármacos com propriedades anticolinérgicas por mais de 3 anos, com destaque para a oxibutinina 5mg/dia e a  doxepina 10mg/dia.

Assim, seria interessante que os prescritores médicos ficassem atentos a estas evidências e, sempre que possível escolhessem antidepressivos, anti-histamínicos ou antipsicóticos com menor atividade anticolinérgica. Ou ainda, nos casos de incontinência urinária por exemplo, que sejam utilizados os  fármacos efetivos com a menor dose. No caso do profissional farmacêutico,  é importante lembrar que vários medicamentos isentos de prescrição (MIPs) apresentam atividade anticolinérgica, fato que pode potencializar a ocorrência dos sintomas da demência mesmo antes do tempo descrito acima.






quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Interação Medicamentosa: Espironolactona e Trimetoprima causando morte súbita em idosos.

O paciente idoso polimedicado é alguém que necessita da ajuda de uma série de profissionais da saúde. O farmacêutico, como profissional detentor de excelente conhecimento sobre medicamentos, deve assumir esta responsabilidade e orientá-lo com relação aos possíveis efeitos adversos e interações medicamentosas.

Em fevereiro de 2015,  um grupo de pesquisadores canadenses publicou um trabalho (CMAJ 2015. DOI:10.1503) mostrando que a associação de espironolactona com os antibacterianos trimetoprima e sulfametoxazol (amplamente conhecido no Brasil pela apresentação comercial Bactrim) estava correlacionada com a incidência de morte súbita em pacientes idosos. Os autores avaliaram os dados de 11.968 idosos acima de 66 anos, usuários de espiranolactona, que faleceram por morte súbita entre os anos de 1994 e 2011. Destes, 318  haviam ingerido antibacterianos 14 dias antes da morte.

A análise estatística dos dados mostrou que os pacientes usuários crônicos de espiranolactona que receberam a combinação de trimetoprima e sulfametoxazol, apresentaram um risco duas vezes maior de morte súbita do que aqueles que receberam amoxicilina, por exemplo. O risco de morte também aumentou para aqueles que receberam ciprofloxacino e nitrofurantoina.

O mecanismo para a interação está relacionado ao fato de tanto a espiranolactona quanto a trimetoprima estarem associadas a aumento das concentrações sérias de potássio, assim, é importante que estejamos atentos aos outros fármacos que também induzem hipercalemia, como os inibidores da enzima conversora da angiotensina, por exemplo.

Assim,  diante de um paciente idoso precisamos manter a atenção redobrada para as possíveis interações medicamentosas e, sempre que possível, oferecer a ele nossos serviços de revisão da farmacoterapia.