quarta-feira, 25 de junho de 2014

Pelo Uso Racional de Omeprazol

Em fevereiro de 2012, a IMS-HEALTH, uma empresa que publica informações sobre o consumo de medicamentos, atualizou os dados relativos aos 25 medicamentos mais utilizados no mercado norte-americano. Nesta tabela, destaca-se o aumento em 320% do número de prescrições do omeprazol entre os anos de 2006 e 2011. Este fármaco é um inibidor da bomba de prótons (diminui a acidez do estômago) e, segundo o Formulário Terapêutico Nacional – 2010, é indicado nas seguintes situações: Doença do refluxo gastresofágico sintomático; Esofagite erosiva associada com doença do refluxo gastresofágico; Condições hipersecretórias (síndrome de Zollinger-Ellison, hipergastrinemia, mastocitose sistêmica e adenoma endócrino múltiplo); Úlceras pépticas de múltiplas etiologias e  Adjuvante no tratamento de infecção por Helicobacter pylori.

Por outro lado, evidencia-se que o uso de omeprazol para a “prevenção” de problemas gástricos induzidos pela polimedicação é prática recorrente no Brasil. Embora esta seja uma constatação empírica e não existam dados quantitativos da prática no país, no ano de 2009, o Centro de Informações sobe Medicamentos da Prefeitura de São Paulo publicou um alerta onde questionava a base racional e farmacológica desta prática.

Neste documento, disponibilizado na seção literatura/uso racional de medicamentos deste “site”, os autores concluem que não há fundamento farmacológico para a adoção desta conduta. Uma vez que o uso contínuo de omeprazol pode expor o paciente aos seguintes efeitos adversos:

Comuns: cefaleia (3% a 7%), tontura (2%), dor abdominal (2% a 5%), diarreia (3% a 4%), náusea (2% a 4%), vomito (2% a 3%), flatulência (3%), obstipação (1% a 2%), exantema (2%), fraqueza (1%), lombalgia (1%), tosse (1%) e infecção do trato respiratório superior (2%). (Fonte: Formulário Terapêutico Nacional – 2010)
Graves: alopecia, pancreatite (raro), hepatotoxicidade (raro), alterações hematológicas (agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia), nefrite intersticial, fratura óssea relacionada a osteoporose, rabdomiólise  e reações de hipersensibilidade. (Fonte: Formulário Terapêutico Nacional – 2010).

Além dos efeitos adversos, o uso de omeprazol em pacientes polimedicados pode provocar interações medicamentosas. Estas interações têm consequências previsíveis, seja a diminuição das concentrações plasmáticas do omeprazol ou de qualquer outro medicamento utilizado pelo paciente, e a consequente a redução do seu efeito, ou ainda, o aumento das quantidades circulantes do próprio omeprazol  ou de outro medicamento, fazendo com que aquelas reações adversas que eram pouco frequentes venham a ser observadas com maior constância.


A versão em PDF pode ser acessada no “link” a seguir: http://www.farmaceuticoresponsavel.com.br/artigos.php?id_tema=2


Pensando no uso abusivo de omeprazol e com o intuito de prevenir interações medicamentosas, estamos disponibilizando aos profissionais da saúde uma tabela que revisa as interações medicamentosas descritas na literatura.

Bom proveito e ao trabalho!

Obs.: materia publicada originalmente em 31/10/2012 na pagina: www.farmaceuticoresponsavel.com.br

Um comentário:

  1. Para quem acha que OMEPRAZOL é um parceiro inseparável.....

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