Acredito firmemente que o paciente idoso polimedicado deve receber atenção especial quando pensamos na identificação de interações medicamentosas. Especialmente quando consideramos que o envelhecimento está bastante relacionado com alterações hepáticas e renais.
Algumas vezes a interação medicamentosa acontece pela soma de efeitos adversos de fármacos diferentes. Por exemplo, Loboz e Sheffield, pesquisadores do Departamento de Farmacologia Clínica da Universidade de Sidney, partiram dessa premissa e avaliaram o funcionamento renal de 301 idosos atendidos num hospital australiano. Para participar do grupo estudado o idoso deveria utilizar pelo menos um das classes farmacológicas a seguir: inibidores da ECA, antagonistas AT1, diuréticos ou FAINES.
As classes acima foram escolhidas porque, mesmo que por mecanismos diferentes, há evidências que diminuam a função renal. Os pesquisadores mostraram que, nos idosos que utilizavam a associação de pelo menos 3 grupos de fármacos listados acima, os valores de creatinina urinários estavam aumentados quando comparados aqueles idosos que não utilizavam, sugerindo um prejuízo da função renal.
Desta maneira, é importante que todo farmacêutico que identifique o uso simultâneo destes fármacos, alerte os outros profissionais envolvidos no cuidado deste paciente para a possibilidade desta interação medicamentosa, garantindo a segurança do idoso.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Fabricio Assini
Para ler o trabalho citado acima: Loboz KK, Sheffield GM. Br J Clin Pharmacol Vol 59(2); Pgs 239-243; Ano 2004.
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