Há
tempos temos presenciado o aumento no consumo de metilfenidato, popularmente
conhecido pelo nome comercial de RITALINA, porém as estatísticas que
comprovassem esta evidência ainda eram escassas.
Em 5
de março de 2015, o Comitê Internacional de Controle de Narcótico das Nações
Unidas publicou o relatório descrevendo o consumo deste fármaco nas últimas
décadas. Os dados podem ser observados
na figura abaixo:
Os
dados acima podem ser correlacionados a motivos como, 1) o aumento no número de
diagnósticos; 2) o fato de inicialmente apenas crianças entre 7 e 13 anos utilizarem o
medicamento e hoje há casos de crianças com 2 anos de idade sendo tratadas com o
fármaco; 3) o crescente uso em adultos como forma de aprimorar o aprendizado;
4) a influência da publicidade patrocinada pelas indústrias farmacêuticas.
Os
números são impressionantes e trazem a seguinte pergunta: qual a repercussão em
longo prazo para a neuroquímica destas crianças criadas sob efeito do
metilfenidato? Claro que poderíamos
argumentar que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade não tratado
também tem consequências sérias. Porém sabemos que a maturação neuronal é
intensa até o inicio da adolescência, assim nos próximos anos estudos
observacionais nos ajudarão a entender as consequências deste uso
indiscriminado.
Em
curto prazo, os efeitos adversos do uso de metilfenidato passam pela insônia,
irritação e a bem conhecida dependência. Assim, números como os mostrados
acima pedem bom senso, tanto para aqueles que prescrevem estes fármacos quanto
para aqueles pacientes que olham para o metilfenidato como a pílula mágica do
aprendizado fácil.
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